TRANSITAR

trans-bordar trans-ar trans-cender trans-pirar trans-fixar trans-formar trans-por trans-gredir trans-lucidez trans-mudar trans-ferir trans-luzir trans-mutar trans-viar trans-tornar

Nome:
Local: Paraíba/Rio de Janeiro, Brazil

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Os famosos 40°

Depois das chuvas de janeiro, prometendo um verão “meia-boca”, o período pré, durante e pós carnaval tem sido de intenso, quase asfixiante, calor aqui no Rio. O que tem me possibilitado conhecer o famoso “Rio 40º” cantado pela Fernanda Abreu.
E, como diz outra canção, agora da Adriana Calcanhoto, já que “carioca não gosta de dias nublados”, as praias ficam lotadas mesmo, e eu, novo paraioca, aproveitei os dias de luz do sol, pra curti-las.
Como já falei noutro post, a água daqui é geladíssima, contrastando com o calor da areia, e bem transparente. Na areia não fica aquele monte de cadeiras das barracas e quiosques, como em João Pessoa, mas tem as cadeiras e guarda-sóis de aluguel.
Há um desfile bastante democrático da diversidade física e comportamental, sem dúvida. A areia desta “cidade de cidades misturadas” fica lotada. É comum chegarmos, e sempre vamos e voltamos nos horários “saudáveis” à pele, e ainda ter gente que passou a noite por ali.
A maioria das pessoas, como em qualquer lugar, vai mesmo é pra se queimar no sol, é visível o contentamento das pessoas na areia. Talvez pra de noite estar “toda se ardendo” pra alguém, como sugere a canção da Marina Lima.
Lembro que no “período esotérico” da minha existência, eu costumava, no verão, ir bem cedinho pra fazer exercícios de yoga na praia, com os primeiros raios de sol, e corria pra casa, com medo do sol. Agora não, ficávamos lendo o jornal do dia, enquanto o sol agia gostoso na pele já protegida com filtro solar e hidratados por H2OH, a “bebida-febre” do verão daqui.
Estou (estamos) tostadinho, fazia tempo que não tinha uma marquinha de sol em mim, parece que a luz quer entrar em minha vida de todas as formas, mas tudo na medida certa, pois, cada vez mais descubro e adoro viver na “cidade maravilhosa cheia de encantos mil”, como diz outra canção.

Em tempo: Quero registrar meu descontentamento déjà vu, com o Oscar de melhor filme para “Os infiltrados”. Tudo bem que o Martin Scorsese já deveria ter ganho o prêmio máximo da indústria do cinema, por isso talvez tenho mesmo merecido o de melhor diretor, mas “Pequena Miss Sunshine” é imensamente melhor! Mas, enfim, talvez, como diz o texto do fabuloso filme, politicamente incorreto e certamente já um dos melhores de 2007, “Borat”, “por mais ignorante que você seja, sempre haverá um americano para te superar”.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Renascendo, ressurgindo


Estamos entrando na primavera. Eu e o velho mundo. Ou melhor, eu e todo mundo.
O clima está mudando rapidamente. A cidade já parece outra. Apesar do frio que ainda está, já se sabe que é por pouco tempo, que agora a tendência é florescer tudo, é abrir o casaco e deixar entrar um solzinho, desses que esquenta a alma.
Até o colorido dos dias já está mais bonito. Nem mesmo a chuva tem mais aquele dom de nos colocar em casa, abrigadas e entediadas, como vinha sendo nos últimos meses.
Não dá pra negar que o clima interno, ou seja, o astral, ou humor, ou como é que se queira chamar, é afetado pelo externo. No começo do inverno fazia menos frio do que agora, mas os rostos, simplesmente pelo fato de saber que ainda ia piorar, eram bem mais fechados e tristonhos. Agora, pelo contrário: as pessoas estão novamente pelas ruas, em um movimento de vai-e-vem que não via tão intenso desde o começo de novembro.
O dia de São José (19/03), tão importante pra nós nordestinos (se chover nesse dia, o inverno vai ser bom), aqui no velho mundo marca o começo da primavera, e ganhou pra mim uma nova dimensão.
Em Valencia, especificamente, é festejado com muito fogo, que é usado para levar embora as coisas más e trazer boas energias. É a festa de Fallas. Pelo que pude ver, é a época mais celebrada por aqui. Mais até do que as festas de fim de ano.
Hoje essa festa me faz muito sentido. Com a certeza do tempo melhor, ou melhorando, a gente se sente renascer. Quase como se fôssemos uma fênix.

...

Em tempo: Para mim, além de tudo isso, a primavera trará também minha mãe, que virá passear e depois me guiar na volta para João Pessoa.