TRANSITAR

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Local: Paraíba/Rio de Janeiro, Brazil

sexta-feira, julho 27, 2007

Fala sério!

Tenho tentado ficar calado sobre este assunto da aviação brasileira, mas...
Depois de uma reportagem do BOM DIA BRASIL comparando o sistema aéreo dos Estados Unidos e Europa com o nosso e ainda mais hoje, ao abrir O GLOBO, não resisti. Tive que vir aqui socializar algumas indignadas indagações.
A matéria em questão tem o título: “Do Rio a São Paulo, hoje uma viagem diferente”. Nela narra-se a odisséia de uma equipe de O GLOBO ao percorrer o trecho de ônibus entre as duas cidades, constatando surpresa(!) algumas coisas. Prestemos atenção nos termos usados no texto:

(...) 80% dos passageiros estavam enfrentando o ônibus para fugir dos aviões.
(Imaginem se nós tivéssemos que enfrentar horas na fila de um hospital, sob sol, chuva e sereno? Ou enfrentar um “pau-de-arara”, transporte habitual de “homem do campo”, aquele que, de sol a sol, planta os alimentos que chegarão as nossas mesas? Sabemos quem são? Não, mas são inúmeros. Deve haver dados sobre eles num senso qualquer.)
(...) Muitos estavam viajando de ônibus pela primeira vez após anos, e chegaram desorientados, estranhando a necessidade de pagar R$ 1 para usar o banheiro na rodoviária.
(É, concordo, deve ser realmente terrível ficar desorientado num ambiente desconhecido, ainda mais tendo que pagar, estranhamente, R$1 para usar um banheiro!)
(...) A necessidade de voltar para São Paulo forçou a profissional de turismo Simony Rêgo Barros a encarar o medo de viajar de ônibus e a alergia ao cheiro de óleo diesel.
(Forçar. Encarar. (!!!) Uma verdadeira odisséia digna de Homero.)
(...) O motorista também é o responsável pelos dois filmes que são exibidos durante a viagem.
(Tadinhos de nós. Estamos acostumados a pré-estréias. Vamos nos contentar em assistir filmes velhos? Ainda mais numa escolha feita por um motorista? Na-nã-ni-nã-NÃO.)
(...) A única parada é em Resende. Trata-se de um complexo com restaurantes, venda de artesanato, CDs e DVDs. A cada 100 gramas de comida a quilo, pagam-se R$ 2,39. A bancada que oferece lingüiça e sobrecoxa de frango é a mais procurada. (...) A rodoviária de São Paulo parece um shopping center. Às 22h50m, o ônibus estaciona no Terminal Rodoviário Tietê, uma mistura de mercadão com shopping, onde lojas de perfumes importados convivem com malharias à moda antiga, que vendem, por R$ 15, camisetas com estampas dos pontos turísticos paulistas.
(Um verdadeiro pandemônio, para nós brasileiros finos e educados. O que? Estamos vaiando atletas de outras delegações no PAN? Quem? Quando?)
(...) De volta ao Rio, o último desafio: conseguir um táxi.
(O desafio é realmente enorme. Alguém viu Hércules por aí? Só ele para enfrentar e encarar isso.)

Fala sério! Que país é esse em que pensamos que vivemos?
Tenho plena consciência de que a crise aérea é um problema a ser resolvido sim, mas a importância que se dá, em detrimento de assuntos mais urgentes e também necessários de uma resolução, é assustadora e sintomática de um país onde a brilho e o caos convivem de forma aparentemente harmônica.
Será que nossos itens básicos – tipo: Educação, Saúde, Emprego, Cultura – estão em dia? O que esta enxurrada de matérias sobre um mesmo assunto tenta encobrir? Quando vamos admitir que NÃO somos um país europeu?
Estamos vivendo uma lição de realidade e descobrindo surpresos que o Brasil é um país onde lojas de perfumes importados convivem com malharias à moda antiga. Infelizmente quem compra – quando pode – nas malharias não tem os acessos e o poder de voz de quem compra perfumes importados.

sexta-feira, julho 20, 2007

Até quando?

Neste contexto de diluição do Humano, em prol da massa e ainda perplexo e indignado com a tragédia anunciada de São Paulo - que hoje priva a presença física de seres queridos para muita gente - quero desejar um excelente Dia do Amigo (sim, temos UM dia do amigo).
Mas são tantas perguntam que ficam sempre sem respostas. Mas a principal: Até quando?
Há uma sensação de cansaço no ar... Cansaço da mesmice, da caretice, da babaquice desta eterna falta de ações verdadeiramente positivas.
Momentos assim, de pleno sentimento de impotência, me faz pensar que a vida é muito efêmera e os rápidos momentos de vivências com o próximo deveriam ser aproveitados para sanar erros, eliminar desafetos, trabalhar preconceitos e espalhar o Amor, pois só ele é real e sobr(e)xiste sobre o artificialismo e as máscaras do mundo contemporâneo.
Chega de tanto falar!
Basta!
Façamos, vamos amar e mostrar que amamos!

***
Muita luz, saúde e paz no nosso caminho e no caminho dos nossos entes queridos.
Hoje e sempre.
Obrigado, muito obrigado por fazerem parte da minha história de forma tão positiva.

domingo, julho 01, 2007

Para Léo e Jânsen

Nosso blog completou um ano e eu estava ausente.
Minha vontade de voltar era tanta que foi preciso chegar muitas vezes até conseguir concentrar toda minha energia. Cheguei em casa, vi minha família. Cheguei na universidade, arrumei um emprego. Cheguei no meu cotidiano, comprei (compramos) um fogão. Cheguei na minha vida, lavei a alma na chuva de São João. Existe coisa melhor do que deixar a água levar o que passou e abençoar o novo?
Eu, que sou água de signo e ascendente, me integrei novamente à cidade na chuva que lavou o varadouro essa semana. Andando descalça pelas calçadas do centro histórico e aproveitanto a água acumulada pra me unir à água que sou, revisitei muita gente, muitos fatos, muitos textos. E muitos daqui do blog. Senti saudade dos nossos primeiros contatos, aqueles que fizemos muito antes de iniciar o nosso transitar.
É... o tempo modifica tudo.
Depois de andar por caminhos tão diversos como arte, cultura, espiritualidade, cotidiano, teorias, especulações, impressões, sensações, a colcha de retalhos que forma o nosso bate-papo virtual agregou outros leitores, ganhou um meio-irmão (mirar & ver), mas, principalmente, nos fez rever o que é a escrita (e a leitura), cada um por suas próprias impressões.
Saudade? Sentimos sempre. Um do outro. Um do olhar do outro. Um dos textos do outro. E por aqui, espero, a gente siga amenizando a distância. Acima de tudo, e tomando como modelo a ‘volubilidade’ da água, espero que possamos seguir falando de tudo, sem preconceito nem auto-censura.
Feliz aniversário atrasado!