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sábado, outubro 07, 2006

SINAIS

“Tu vens, tu vens... Eu já escuto os teus sinais”.
Interessante é como algumas músicas ficam como que flutuando dentro da nossa mente, a espera de um mote para ecoar de novo. Quando criança, as músicas de Alceu Valença exerciam em mim certa fascinação – e ainda hoje exercem – sei lá, algo de místico. Quando chega um domingo, mais ou menos à tarde, fico, do terraço de minha casa, vendo uma paisagem ao longe que é a mesma desde que me entendo por gente morando aqui.
Esse lugar comum que eu visito todos os domingos o é sempre depois de mudanças radicais que acontecem no entorno de minha vida.
Acredito que, na vida, existam espécies de pontos de convergência, no qual várias coisas (ou ciclos?) se encerram ao mesmo tempo, provocando mudanças bruscas, um verdadeiro dilúvio. Na verdade, elas ainda não chegaram de todo neste exato momento. Esta semana, ainda não fui ao terraço, depois de uma manhã de domingo, ver a paisagem da qual falei. Mas sinto que está chegando o momento de, ‘de novo’, ter de ir lá, à tarde, constatar que o mundo muda, mas que algo ainda permanece.
Percebo que este fim de ano terá a cara da mudança em minha vida. Muita coisa vai mudar, disso sei, e elas já estão acontecendo, ou, melhor dizendo, preparando-se. Algo parecido já me aconteceu, mas não é a mesma coisa desta vez. Coisas miúdas, somadas às coisas grandes, estão se preparando, como uma tempestade, para virem todas ao mesmo tempo. E eu já estou à espera delas, diferente do que acontece sempre, quando só as constato quando já foi e estou todo molhado. E, com isso, tenho um certo medo diferente dos outros, do tipo antecipado, e não sei se isso é bom. Não sei o que será de minha vida, existem vários caminhos se fazendo, e eu ainda não escolhi qual deles devo seguir. Só espero que, desta vez, a inércia não seja a governanta de minha casa. E espero ainda que aquela paisagem que sempre vi, intacta, do terraço de minha casa, também não venha a mudar.

8 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Primeiro, quero dizer que gostei demais da referência à música (minha paixão e objeto de estudo) e muito mais por ter sido citado o grande e velho Alceu, com suas pétalas de asas amarelas. Tenho sempre uma canção pra cada coisa, e sempre acho uma coisa para cada música. Meu humor muda, dependendo do som...
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Segundo, ao ler teu texto, Jânsen, fiquei pensando qual é o meu “lugar preferido” e descobri que não tenho um lugar-físico preferido, ou que, em estando nele eu reflita sobre s coisas. Mas me lembrei do terreiro da casa da minha avó-preta, onde passei muitos fins de semana. Lá descobri muita coisa (aiai hehehehehe).
Fins e inícios de ciclos são momentos extremamente delicados e a tua referência a “tarde” é sintoma disso.
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Terceiro, falar de mudança radical é comigo mesmo (hehehe) afinal tomei uma a pouco tempo e tenho sentido as conseqüências, tudo está sendo pesado e medido.
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Enfim, o que chama a minha atenção é que você TEM consciência das mudanças que se aproximam, sintoma de que elas já estão acontecendo dentro de você, o que é maravilhoso, pois mudar é uma porta que só se abre por dentro.
Estou contigo, meu amigo! Mas lembre, e o teu texto também aponta isso, há coisas que não precisam ser mudadas para que outras mudem.

11:25 AM  
Anonymous Anônimo disse...

De uns tempos pra cá, temos (falo mais de mim mesmo) postado coisas que nos inquietam (ou inquietaram) enquanto indivíduos únicos, sem aquelas preocupações coletivas do início do blog, não?
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Enfim, Jânsen, quando você falou em “ponto de convergência” lembrei do complexo e cansativo filme “Ponto de mutação”, lembra? Assistimos duas vezes, ambas para a academia. Momentos de profunda introspecção que antecede grandes transformações.
Fiquei pensando que a consciência das coisas doe muito, mas existe para que possamos mudar (ou não) nossas atitudes em relação à vida. O homem neobarroco é bem este homem consciente, mas que não sabe o que fazer com tal consciência. No entanto, não parece que seja o seu caso (hehehe).
É muito bom ter vários caminhos e, melhor ainda, ter a consciência da existência deles, pois acharemos, senão o melhor, pelo menos o mais certo para aquele momento “crucial”.
Outra coisa, sofrer por antecipação é meu mal, senão porque acha que tenho gastrite hehehehe

11:26 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Léo, também tenho gastrite, hehehe!
O que mais me angustia é que, como falei no texto, "a inércia é a governanta de minha casa". Sou o tipo de pessoa avessa a mudanças, e não gosto disso, odeio isso em mim, as vezes. Já passei por várias mudanças, aliás, como todos nós, mas é que fico pensando se aquele não teria sido um melhor caminho, e isso machuca.
Tento sempre me modificar quanto a isso, e acho até que estou conseguindo.

12:34 PM  
Anonymous Anônimo disse...

O nosso blog, creio eu, está passando por algumas mudanças. De lugar para debates, passou a ser mais introspectivo.
Acho isso bom (isso=mudanças no blog).Não que eu prefira este ou aquele modo, é uma constatação. Não temos mais a ânsia de pôr textos que culminem em discussões apimentadas.
A feição do blog está mudando, está se renovando, e isto é muito bom. Sigamos, como diz o proprio título, transitando por assuntos os mais diversos. O interessante é que esse espaço serve para divulgação do que pensamos. Se o assunto diz respeito às inquietações interiores ou as discussões político-filosóficas ou a polemizações literárias, não importa. Vale é tornar esse ambiente virtual um momento de reencontro e (auto)conhecimento de todos nós.
O blog está se autoconstruindo, está ganhando sua personalidade, afinal, ele tem apenas quatro meses de existência.

12:42 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Concordo contigo, aniversariante de ontem (hehehe) por isso também fiz a, como você falou, "constatação" das mudanças temáticas. E é isso mesmo nada está (pré)definido... continuemos transitando por onde pudermos e quisermos.

aiai
Agora, re-lendo meus comentários, vi o quanto ficaram grandes! hehehe

6:21 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Quanto a angústia das escolhas...
Acredito que não seriam "escolhas" se não viessem acompanhadas da pergunta: "Estou fazendo o certo?"
Mas, te digo por pura experiência, tenho certeza que sempre fazemos (e aqui pode entrar até um pouco de misticismo) a escolha certa para "aquele" momento de decisão.
Podes crê!!!

hehehe

6:24 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Léo, estou achando que nosso blog está precisando de uma ibernação. Acho que estamos chegando no inverno, e ele precisa dormir para recobrar as forças, não sei, talvez.
É preciso que ele passe por reflexões internas. Ele estava pondo pra fora toda a sua auto-crítica. Mas acho que neste momento ele precisa refletir em silêncio. Não sei.

11:27 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Eu nao queria hibernar... talvez a gente possa nao postar mais aqui e passar a trocar e-mails... quem sabe? isso daria um tempo pra gente repensar um pouco...

7:57 PM  

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