TRANSITAR

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terça-feira, setembro 12, 2006

A casa fica bem melhor assim...

Uns anos atrás, eu pensava que praticar meditação era conseguir calar a mente para descansar. Aprendi com uma grande amiga (que foi minha professora de Yoga) que o ideal realmente é esse, mas que é muito difícil de atingir. Segundo ela, o melhor é deixar a mente “falar” o que quer, e não brigar com ela, até que um dia ela relaxe realmente.
Essa semana, eu tentei, à toa, calar a minha mente, procurando buscar outros temas para evitar escrever sobre a minha futura viagem. Na verdade, eu não quero nem vou me despedir de ninguém. Até porque vou passar pouco tempo fora. Mas não me sai da cabeça a idéia de que nunca passei tanto tempo sozinha como o que vou iniciar na próxima semana.
Esse mês de preparativos foi muito melancólico. Revi toda a minha vida ao arrumar os meus armários para evitar que o mofo cubra, dentro dos próximos seis meses, os meus livros, cadernos de anotações, agendas de adolescente, roupas que guardo e que não cabem mais em mim (mas que carregam muitas lembranças), fotos de amigos que não vejo mais, fotos recentes de pessoas essenciais que nunca vão desaparecer, mesmo com a distância...
Não consegui evitar a sensação de que estou a partir de agora criando uma nova vida. Se melhor ou pior eu não sei. Mas é diferente, com certeza.
Se por um lado fiquei melancólica, por outro, pude fazer uma limpeza geral na minha vida. Pude repensar muita coisa sobre mim, sobre minha postura diante das coisas. Engraçado como às vezes vivemos as situações e não nos damos o tempo suficiente para entender o que aconteceu. Hoje entendo muito melhor o que me levou a largar o Direito e partir para o estudo da linguagem, e o percurso que me levou a conhecer tanta gente nova. E olha que na época eu pensava que andava simplesmente porque a corrente me levava. Existia uma lógica interna e eu não sabia...
E é essa lógica que está me levando ao outro lado do Atlântico. Mas não pensem que vão se livrar de mim assim tão facilmente... Vou tentar enganar a saudade. Afinal de contas, estamos em um mundo globalizado e a internet está aí para que a gente continue em contato. Continuarei escrevendo, mesmo estando lá, e mesmo ninguém agüentando mais ler as minhas reflexões de quem é “sério demais”.
Vou deixar minha mente voar por onde ela quiser...
Um abraço forte, e até logo...
Silvia.

5 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Indiretas a parte (kkkkkkkkkk)

Certamente
Obviamente
Claramente
dará tudo certo
porque você merece e sabe que merece o sucesso sempre... dentro e além da estrela azulada.
te amo muito
há sempre um incenso queimando pela tua felicidade, dentro de mim.

12:14 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Achei ótimo essa sua iniciativa de não se despedir de ninguém, eu faria o mesmo, aliás, sempre faço isso, por que despedidas parecem que são pontos finais, e o único ponto final na vida é a morte.
Silvia, você sabe que estou no mesmo barco que voce, no que diz respeito a abandonar cinco anos de estudo em "algo" para partir para um outro "algo". É uma sensação tão boa quanto ruim. Você não sabe se é louco ou completamente são, negando um arcabouço de conhecimento que lhe serviria, teoricamente, como ganha pão na vida.
Quando li o texto, senti tal e qual fosse eu quem estivesse a fazer o mesmo que você fará. Nunca cheguei a ir tão longe fisicamente (para o outro lado do Atlantico), mas, mentalmente, fui tão quanto.
Mas a vida é assim mesmo, essa bosta! heheh!!!

1:31 PM  
Blogger ... disse...

Obrigada pelo apoio...
Agora que o visto chegou sei que vou mesmo... hehehehehehehehe
Tomara que não morra congelada por lá! :P
Abraços fortes nos dois...

PS. Jânsen, tua vez de postar... \o/ Tira esse texto da berlindaaaaaaaaaaaaaa!

2:58 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Nesta vida tem sempre alguém partindo e alguém chegando... Estou chegando aqui neste blog, depois de um tempo ausente, e me deparo com um texto seu falando de sua viagem. Quanto tempo não conversamos! Cada qual ocupado com seus afazeres diários. A vida é assim mesmo. Como você disse que não ia se despedir, talvez eu não seja a exceção. Então vá e volte pra nos contar como foi e caso não nos vejamos por acaso, nas esquinas da vida, leve consigo o meu abraço e um beijo de boa viagem.

Carpe Diem!

1:50 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Ola Silvia. Não a conheço pessoalmente mas trocamos um bocado aqui pelo blog que me foi apresentado pelo Leo.
Gostei muito dessa curta convivência e admiro muito sua coragem de encarar uma mudança tão radical.
As vezes temos dificuldade para mudar uma simples cadeira de lugar em nossa casa, achando que aquela disposição é a única, perfeita, eterna.
Mas a vida - pulsante - é feita de mobilidade, de contínuas descontruções para dar espaço à novas contruções, novos arranjos.
E preciso coragem para tomar as rédeas e seguir.
Boa sorte, ótimas experiências e muita felicidade. Beijo.

9:02 AM  

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