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domingo, dezembro 03, 2006

NOTÍCIAS DAQUI DE BAIXO














Deus sabe como é difícil um ecossistema fechado se renovar com recursos limitados. É preciso malabarismo, tirar leite de pedra, fazer, refazer e refazer. Sinto-me e inspiro-me nos contos de Dalton Trevisan, que, mesmo repetindo insistentemente palavras, expressões, frases e até situações idênticas, tudo em contos diferentes, renova-os com uma força sem-igual.
É assim que vai ser em minha vida de agora – e na verdade sempre foi, só que antes eu não tinha consciência disso: reinventar-me com o mínimo de recursos que tenho a disposição.
Fecha-se mais um ciclo em minha vida – e este considero um dos grandes. Enquanto dois amigos se renovam em/com outros ares (ares de cidade maravilhosa ou de velho mundo), eu me renovo no/com o mesmo ar que tanto já respirei e que tão gasto já me parece.
Passei por situações parecidas, de finalização de grandes ciclos (creio que, iguais a este, só tive outros dois). Todos foram diferentes, cada uma a sua maneira – a grande diferença deste é que o seu fechamento ainda precisa ser consolidado. E o será quando, nos trilhos, meu trem começar de novo a mover-se em movimento uniforme, e o maquinista deixar de olhar pelo retrovisor o passado que ficou naquela estação (trem tem retrovisor???). Preciso treinar, em mim, o dom de aceitar o passado em seu lugar.
Começo uma nova vida no mesmo lugar, só que agora sem algumas pessoas que saíram de cena, mas com a mesma rotina, só o quarto está diferente – ah, este renovei por inteiro: móveis, pintura, guarda-roupas, tudo – pra parecer que estou em outro mundo, estando no mesmo (mais do mesmo). Quando saio de casa, fico aguardando a hora de entrar de novo em meu quarto, de deitar em minha nova cama e de ouvir meus velhos discos de vinil. A única certeza que tenho é a de que continuarei aqui em João Pessoa, só isso.

6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Jansen, QUE TEXTO LINDO!!!
Cara, cê sabe que, mesmo noutro lugar, a dificuldade em (re)significar a ausência de algumas pessoas, lugares... é enorme. Pode crer!!!
Fico feliz com teu otimismo. Confesso que, mesmo vivendo um momento de imensa felicidade, as vezes me sinto ansioso, medroso... Enfim, á preciso, como disse o poeta "por o quanto somos no mínimo que fazemos".
Sinceramente, estou aprendendo isso, meu amigo. Dando a cada segundo da minha nova vida, que não é nova apenas porque mudei de cidade, mas sim porque eu decide que ela seria nova, ou seja, eu estou me permitindo mudar, o significado exato do momento.
Te adoro, mermão. Adoro o caminho que nossa amizade (Sílvia, Você e Eu) está tomando, apesar da distância física.
Saudade é foda, mas não saio do palco da tua vida, não, hein? Estou contigo sempre, cara, e sei que estas comigo.
Abração

PS: Tu conseguiu tirar lágrimas de mim, seu porra. heheheheheheh

8:28 AM  
Anonymous Anônimo disse...

...
A vida é cíclica, sempre em movimento. Desse modo, as mudanças somos nós que fazemos e que encaminhamos para que sejam boas ou ruins. Somos o exemplo do que estou dizendo, pois cada um em um lugar distinto está fazendo o mesmo: revendo o passado para colocá-lo no seu devido lugar, vivendo o presente como deve ser vivido, e pensando o futuro como algo aberto.

Fico muito feliz pelas notícias que recebi de cada um. :)

...

PS. Léo, chorar com um texto de Jânsen não é privilégio teu... Aquele de logo após a minha viagem é a homenagem mais bonita que recebi na vida... :)

1:03 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

2:05 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Eu sei que não é privilégio meu, até porque, quando ele fez o texto que voce se refere, eu mesmo fiquei emocionado, minha rainha.
Reafirmo, apenas minha felicidade em tê-los por perto, como pessoas com as quais posso contar e guardar em meu coração.

Adoro vocês mesmo.

Saudade.

bjs

2:08 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Agora foram vocês que me fizeram chorar. Vocês sabem que não sou daquele tipo de pessoa que pede e dá abraços, mas, se vocês estivessem agora, aqui comigo, pediria e daria abraços nos dois. Pode parecer que falo isso só por que vocês estão distantes, e talvez até seja sim, mas mesmo assim eu pediria e os daria.

PS: Silvia, eu nunca imaginei o quanto você tinha se emocionado com aquele texto. Agradeço, muito mesmo, gosto quando as pessoas se emocionam com textos (textos de qualquer autor, não só os meus, porque a língua é a linguagem mais pobre que existe no que se refere a fezer outra pessoa se emocionar - isso é minha opinião).

Mas já que é rasgação de seda, confesso que tive uma puta inveja (da boa, sabe) quando você escreveu "a casa fica bem melhor assim". Juro que li o texto inteiro com um nó na garganta, e só reli uma outra vez, por medo de que, sendo ele tão incrível, eu não pudesse fazer outro a altura. Assim também aconteceu com um texto de Léo, logo depois do seu ("certos dias"). Foram dois textos seguidos, de um nível tão alto que pensei: pára um pouco de escrever a vai rever teus conceitos, pois os dois estão anos-luz na tua frente.

PSS: Nossa amizade é para sempre, seja de que jeito for, com distância física ou no tempo.

5:54 PM  
Anonymous Anônimo disse...

ai, vamos parar?!
ora! é um tal de chorar todo dia agora!
toda vez que entro aqui, vem as lágrimas.
ai
hehehe

sério, meus queridos, fico imensamente feliz em saber, sentir e viver de forma compartilhada um motivo tão ímpar pra nós três. as lágrimas são de alegria e ternura por saber que faço parte deste trio-eletro-sol da gota! hehehe
feliz por sentir nosso amadurecimento enquanto seres universais. sempre tive dificuldade em fechar ciclos, mas, assim, com voces como parceiros, o peso ta mais leve.

Jansen, so pra registrar, mais uma vez, você sempre me emociona, cara. tua literatura, seja no blog, seja nos contos, poesias, enfim... sempre me emocionam, voce sabe disso! quanto a rainha, bem não é a toa que ela é A Rainha.

beijo no coração dos dois.

7:49 AM  

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