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segunda-feira, junho 12, 2006

O SEU AMOR

Este é meu primeiro texto aqui, por isso quero dizer que há algumas semanas, assediado intelectualmente por Sílvia – a rainha do trio eletro-sol – para criarmos um espaço de discussão, fiquei tão honrado e assombrado, por dividir um blog com duas criaturas tão especiais pra mim, que não conseguia escrever nada. Travei. Literalmente. Até agora não consigo. Nem sei se conseguirei.
Bom, pelo menos, prometo que ao longo do texto não citarei a expressão Copa do mundo, primeiro porque não sou fã de futebol, muito menos de Copa do Mundo. A televisão só fala, mostra e come Copa do Mundo e o mundo tá respirando Copa do Mundo. Acredito que o pseudo patriotismo comum nesta época de Copa do Mundo apenas reforça a falta de um patriotismo na vera, enquanto espera-se a próxima Copa do Mundo.
Quero falar sobre relacionamentos, na urgência do DIA DOS NAMORADOS.
Tantas propagandas! Tantos apelos midiáticos! Devo comprar este ou aquele perfume? Este ou aquele dvd? Este ou aquele cd? As datas comemorativas se resumiram a isso: “Que presente vou dar?”
Além do mais, estamos com uma ânsia desesperada de antecipar os momentos, talvez reflexo da velocidade com que as informações circulam hoje. Antecipamos tudo! Dentre tudo o Amor, ou uma relação amorosa.
Fico sempre atento quando percebo alguém dizer: “eu me entreguei demais!”. Mas Amar não é isso mesmo? Correr o risco?
A verdade é que não queremos mais sofrer, muito menos ceder. Com a comodidade da vida moderna, sofrer por amor não tem mais vantagem. O que vale é ter prazer. Apareceu um problema, um defeito no parceiro(a) adeus! Estamos sem paciência para os defeitos alheios, os nossos já bastam. Claro que sofrer por sofre é sadismo, e isso é outra história. Falo aqui do descompasso, do desassossego pelo qual passam e vivem todos os enamorados.
Quero falar de Amor. Santo Antonio – coitado – receberá tantos pedidos!!! Quantas bananeiras serão esfaqueadas? Quantas velas queimadas? Tudo por um Amor! Tudo para ter alguém pra vida inteira, ao nosso lado, juntinho, pra todo dia dividir carinho.
Em época de “lapada na rachada”, “ser de todo mundo”, “namorar pelado” “cachorras” e “tchutchucas” – será que se escreve assim mesmo? – muitos questionam sobre a falta de Amor. Na verdade, percebo que nunca se falou tanto em amor: amor por uma causa (ONG’s é o que não faltam); amor pela inclusão social (mais ONG’s); porém, enfim, se questionarmos bem nunca vimos tanto amor [guardado], pois falamos e pouco vivemos AMOR.
Homos, heteros, trans, assex, bi, etc, etc, etc ... todos nós queremos a sorte de um amor tranqüilo! Que façam nossa humanidade crescer! Que nos coloque a um passo de uma armadilha! Que dê um bocado de beleza à nossa vida!
O Amor não morreu, só ele é real. Façamos! Vamos Amar! Arriscar! Mas, o seu amor, ame-o e deixe-o correr, brincar, cansar, dormir em paz e livre para Amar.

Em tempo¹: Esta semana, dia 17/06, será a Parada do Orgulho Gay, de São Paulo ou Parada pela Diversidade Sexual, mas o que é mesmo isso? Acredito que, no fundo, mais uma forma de encontrar respeito – a si e ao próximo - e viver o Amor e qualquer maneira de amor vale a pena!

Em tempo²: Dedico este texto a você que há 9 anos, quase 10, me faz viver a vida sem deixar que eu me esqueça das duas gotas de óleo na colher.

15 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

É, de fato, o amor tem sido algo tão falado ultimamente que chego a pensar que está havendo uma banalização do sentimento amor. Ou, até mesmo, procurando ser mais certeiro, ninguém mais sabe o que é o amor, e a tudo pensa e confunde que é amor.
É uma palavra forte, não se pode dizê-la em vão. E o que vejo é tanto "eu te amo" por aí a fora que dá medo.
Tudo são reflexos dessa velocidade estonteante do mundo de hoje, que não sei aonde vamos parar. Até o amor, que eu pensava ser um sentimento imune aos seres humanos, entrou nesse jogo.

8:44 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Ah, já que você tocou no assunto Copa do Mundo, deixa eu falar um pouco do que acho sobre.
Sou amante dos esportes, em especial do futebol. Enriqueço o meu gostar do futebol quando o comparo aos antigos "gladiadores". Como assim? deixa eu explicar: Lembrem-se do Coliseu de Roma. Ali, o povo, e os ilustres governantes de Roma, juntavam-se para assistir ao combate de dois gladiadores; ou mesmo de um gladiador contra leões. Para mim, isso é uma necessidade humana. Ver disputas, torcer para a vitória de alguém... é o fenômeno da projeção. Quem está ali é uma espécie de alter-ego de quem assite e torce. A diferença é que, da disputa do futebol, saem vencidos e vencedores ilesos - quase sempre - sem risco de morte (expressão hoje usada em substituição do 'risco de vida', coisa que acho um absurdo, pois esta é uma expressão que já estava cristalizada na língua; Sendo assim, mudemos também expressões como 'obrigado' 'meus parabéns', etc).
Outra riquesa de um torneio como esse é que estamos diantes de processos culturais que se afloram sem serem percebidos. Os brasileiros: esquecem dos problemas da vida para torcer para o Brasil. Mas não é torcer de fato: somos exigentes com a seleção por que os que lá estão ganham os milhões que não ganhamos. Isso dá uma pontinha de raiva, e eu sinto também. É fruto da desigualdade social. Pensamos como pode alguém que bate numa bola ganhar mais do que alguém que passou a vida inteira usando de seu intelecto.
Pois é, acho que se pode assistir à copa sem o tal 'falso patriotismo', expressão feliz e na qual concordo inteiramente.

12:29 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Me pego pensando sobre o amor...
O amor, como disse Léo, nunca foi tão falado... eu diria até que "tá de moda"...
O problema é que não se trata do amor real, forte, duro, difícil de encarar, mas prazeroso assim mesmo...
O que vemos é o amor que aparece nos comerciais, das causas politicamente corretas, dos casais perfeitinhos... Ninguém hoje tem mais coragem de enfrentar os conflitos. A gente se esconde através das máscaras sociais.
A questão das ONGs é bem complicada. O discurso é corretíssimo, as causas são excelentes. O problema está nas atitudes. Muitas vezes, essas organizações são fachadas pra esconder verdadeiros "capitalistas" mascarados de "socialistas". O dinheiro público dirigido a essas organizações, no final das contas, vai para o bolso de alguém, e todo mundo fica com a consciência tranqüila, com a sensação de dever cumprido. Lindo...
Essa banalização do humano, onde se faz tudo pelas aparências, pelo dinheiro, se reflete em tudo por aí. E não é um processo novo. Todo mundo fala. Eu diria até que é lugar comum.
Todo mundo percebe. Falta atitude de cada um pra mudar alguma coisa.
Acho que era isso.

3:36 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Não era aquilo... hehehehe
E mais:
O que Jânsen fala no segundo comentário também não deixa de ser amor (falso amor?). É amor próprio, transmutado em "amor à pátria". Talvez passe pela auto-afirmação, inclusive. O "orgulho" de ser brasileiro tem um quê de festivo. Buscamos grandes festas (carnaval, são joão, copa do mundo) como símbolos de patriotismo (amor?).
Falta um pouco mais de compreensão do que é ser brasileiro. A gente reclama, reclama, sobre como os estrangeiros vêem o país, mas na hora de mudar essas coisas, voltamos a agir do mesmo jeito. Somos (teoricamente) um povo feliz, tranqüilo, sorridente, caloroso. E defendemos esses conceitos com unhas e dentes. Eu não sei quanto isso pode nos ajudar em alguma coisa, em que isso pode ser citado como identidade.
E esse assunto também é lugar comum, como o amor banalizado.
Todo mundo percebe. Falta atitude de cada um pra mudar alguma coisa.
Agora sim, é isso. :)

3:45 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Acredito que no fundo, tudo se converge para a busca do amor. para este estado de graça. Enfim, talvez por minha educação cristã (11 anos em colégio de freiras), mas ainda por minhas leituras e convicções pós-católicas, eu tenha esperança neste "Amor-maior".
Mesmo em tempos de fragmentação do proprio significado do Amor, acredito que estamos todos nesta busca. Mesmo aqueles que aparentemente estão na contra-mão.
Nada de determinismo, é algo natural. De uma forma ou de outra todos buscam algo mais significativo para suas vidas. A isso chamo Amor.
Hoje sei que só encontramos um Amor-parceiro(a), quando e depois que encontramos o Amor-próprio, sem egoísmos, mas com o respeito necessário a toda relação Humana.
E exatamente por sermos Humanos, erramos e damos infinitas cabeçadas até acertar o alvo: o Amor! por isso qualquer maneira de amor vale o canto e o pranto!
aiai
é isso! será?

6:49 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Quanto a se falar de amor, para mim, sempre se falou, só que com roupagens diferentes.
Quanto à identidade do brasileiro, para mim, há como que uma espécie de exaltação daquilo que não é europeu em nossa cultura. Mentalidade ainda de colonizado, que quer negar as origens. Ainda se quer um brasileiro dos tempos do romantismo, a ginga do negro, o samba, tarará... e o negro agora faz o papel do índio àquela época. A identidade do brasileiro, pelo que vejo, é unicamente aquela que é revelada o popular, nas classes menos favorecidas - elas é que parecem ser donas da identidade do Brasil. Acho isso pura mentalidade de colonizado. É preciso deixar disso. Somos a mistura, temos que encontrar em nossa cultura também aquilo que veio do europeu. Não é apologia à raça européia não, nem desprezo à negra; pelo contrário, deve-se achar o que tem da contribuição de ambos ao brasileiro.
Quer dizer, brasileiro dança, como banana, joga futebol... Se for intelectual, gostar de livros, de música clássica, não é brasileiro. Que merda de visão de colonizado é essa, heim?

10:42 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Léo... seguiremos conversando sobre esse assunto... Ah... finalmente concordamos, não é? hehe

Jânsen... esse teu último comentário pode ser o teu próximo post... :)

11:06 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Caraca! Tô me sentindo meio um intruso aqui no papo de vocês. Mas como o texto é de um amigão meu, não podia deixar de "cometer" umas linhas.
A escolha do amor como tema foi perfeita.
Que se fale dele.
Muito.
Sempre.
É um tema recorrente sim, mas nem por isso menos importante. Ao contrário, é gênero de primeira necessidade. Precisa, por isso mesmo, ser comentado, analisado, debatido, explicado, investigado, virado pelo avesso.
Porque senão corremos o risco de vivê-lo de forma pequena, restrita, medíocre. A concepção de amor como uma manifestação que pertence somente a vida de casal é pobre, reducionista e, infelizmente, dominante.
O amor é muito maior que as formas e fórmulas com que queremos aprisioná-lo.
Falem, pois, do amor.
Grande abraço pro Leo e pros outros Eletro-Sol.

12:21 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Bem-vindo, Carlos! E apareça sempre!

Comentando um pouco ainda...
Acho que fui mal entendida quando falei que o assunto era lugar comum... não estava criticando, com essa expressão, a escolha do assunto. Eu usei "lugar comum" pra dizer que todo mundo sabe, ou intui, que é um assunto importante, mas que, ao mesmo tempo, ninguém leva a sério essa discussão, por motivos muitos que em geral se relacionam com essa tendência de midiatizar tudo que estamos vivendo hoje.
Falar de AMOR é, além de pensar em felicidade, colocar o dedo na ferida. Não é à toa que rima com DOR. Mas isso não quer dizer que temos que fugir disso, pois acho que a vida é mesmo uma montanha-russa de sensações.
Amar e viver são uma mesma coisa. E são muito intensos.

Um abraço!

12:36 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Amar é estar a beira de um abismo, viver tambem!
Assim, dores e delícias se misturam numa luta sem fim, que nos impulssionam sempre pro alto!
Mas a dor não pode sufocar a delícia, esta tem de ser a chave pra suportar aquela.
Momentos difíceis virão, certamente são necessários, mas sofrer definitivamente não deve rimar com viver!

11:48 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Creeeeeeeeeeeeedo! Acho que tava com muito sono qdo comentei ontem! hehehehehehe
Ficou tudo obscuro no texto, e até agora não consigo dizer exatamente o que queria explicar qdo falei que amor rima com dor... ai ai ai...
Concordo plenamente, infinitamente, de corpo e alma contigo Léo.
É que eu tava pensando sobre aquela coisa que vc falou no texto de que hoje não se vive mais o amor, que se põe máscaras nas relações. Isso, pra mim, é medo da dor, é medo de se envolver. A dor existe, mas não pode bloquear sentimentos, pq os sentimentos são maiores que tudo. (como vc disse)
Do jeito que escrevi, fica parecendo que é só dor. Aí seria masoquismo... :P Leseira.
Mas assim... vc fez um silogismo falso. Eu disse que amor tinha felicidade e dor. E que amor era o mesmo que viver(portanto, tem felicidade e dor também). Mas não disse que viver era sofrer, viu?
Xêro!

4:13 PM  
Anonymous Anônimo disse...

aiai
eu entendi o que vc disse, rainha. Mas quis acrescentar um pouco mais de lenha, afinal o dia hoje está frio. rsrsrsrs

4:34 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Ultimamente tenho tido uma relação de cordialidade com o amor. Não brigo mais com ele, nem ele comigo. Estou numa situação cômoda, mas, nem por isso, ruim. Ao contrário, é a que sempre quis ter.
Amor, para mim, não é sentimento. É um conjunto de coisas - talvez sentimentos, mas não só. É por isso que ele é tão complexo.
Dica: esqueça que o amor existe, por que ele permeia nossa vida por inteiro, e pensar nele é pensar na vida, a coisa mais idiota que já inventaram.

10:15 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Jansen, Alberto Caeiro diz: “Pensar em Deus é desobedecer a Deus,Porque Deus quis que o não conhecêssemos, Por isso se nos não mostrou...”.
Assim é tambem pensar no Amor? seria uma desobediência ao curso natural das coisas?
Para mim, pensar é sentir!

9:12 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Quando eu disse que pensar na vida é a coisa mais idiota que já inventaram, é por que penso - as vezes, no momento estou transitando por esta idéia - que a vida é para ser vivida, e não pensada. E o amor também é para ser vivido.

9:40 PM  

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